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lost pieces; broken mind — Mushu's Diary

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Mensagem por Wang Mushu Seg maio 25, 2015 12:41 am

lost pieces; broken Mind
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Mensagem por Wang Mushu Seg maio 25, 2015 3:12 pm

first entry: nihao
Será que é muito ridículo ter um diário com vinte e dois anos na cara e sendo um garoto? Eu realmente espero que não.
Mas por via das dúvidas, meu nome aqui não direi e, caso isso esteja passando pelas mãos de outra pessoa que não meu psicólogo, QUEIME ESSE LIVRO MANUSCRITO DIABÓLICO.

Pois bem, o motivo de eu estar escrevendo nesse caderno velho que me foi dado pela minha melhor amiga é porque me foi mandado. Não existira outro motivo se não esse para eu me prestar a escrever.
Quem que escreve em pleno século XXI? Existe algo chamado computador, relatórios digitais, Google Docs, puxa. Por que obrigar alguém a escrever, gastar os dedos e criar calos, quando se pode apenas digitar tudo?

Já faz algum tempo que eu venho adiando isso, escrever meus pensamentos, minhas memórias. Na verdade, passei mais tempo pensando em tais coisas do que me dignando a escrevê-las.

Eu não penso em muito, talvez nas minhas provas, em minha melhor amiga, no meu histórico vergonhoso do youtube e às vezes em bater uma. Existem miraculosos dias onde eu penso no futuro da humanidade, na crise econômica, em guerras, sangue, morte... Em nada.

Eu tento refletir sobre minhas memórias, mas elas não existem.

Quer dizer, elas já existiram um dia, mas agora a única coisa que possuo são grandes espaços vazios.
Eu não me lembro do rosto de minha mãe, nem de sua voz ou seu cheiro. Achei uma foto velha e embaçada dela em minha gaveta de meias, mas é o mesmo que encarar uma fotografia em uma revista, vazio e distante.
Não sei como foi minha infância ou se já quebrei algum osso, se passei pela fase de querer ser surfista ou se apanhei quando recebi a única nota baixa que achei em meu histórico escolar.
Não sei se já namorei alguém, se já transei com alguém que amava. Se beijei um menino porque me desafiaram ou porque eu realmente quis. Não sei se chorei com musicas tristes ou se tentei me cortar ao som de Simple Plan.

Ao fim, não sei nada.

E isso me faz pensar, se alguém é um conjunto de memórias, vivências e convivências, então, o que é uma pessoa que não as possui?

As únicas coisas das quais realmente me lembro são as coisas que aconteceram depois do acidente.
A dor das costelas quebradas, a carta do reitor na porta de casa falando para retomar as aulas no semestre seguinte, ela e suas piadas sem humor. Plantas no canteiro da janela, meia xícara de café preto com muito açúcar.

No final, é como nascer de novo. Redescobrir gostos, refazer amigos, reconstruir confiança.

O vazio nunca se vai, contudo
Ele sempre está presente, em alguma pergunta mais profunda, em brincadeiras sobre velhos hábitos, nos rostos que me sorriem e eu clamo não conhecer, no envelope de dinheiro que chega todo mês, nas lembranças de dor.

Não me lembro do acidente, tudo o que sei é o que li sobre nos Jornais.
Aparentemente, estava tentando sair da cidade em uma noite especialmente chuvosa, após algumas muitas garrafas de... Cerveja? Vinho? Honestamente não sei.
A perícia disse que eu estava muito bêbado, do tipo de nem me lembrar meu próprio nome, o que é deveras irônico devido ao fato de que meu nome era a única coisa da qual eu tinha lembranças. A chuva, aparentemente, dificultou minha vista já afetada pelo álcool e eu perdi o controle do volante. O carro bateu e capotou.
Perda total do veículo. Motorista encontrado desacordado porém vivo.

Um mês depois, acordei no hospital, e essas são as primeiras memórias que eu de fato tenho, e me agarro a elas como uma mãe se agarra a seu filho, ou um depressivo se agarra a morte.
De alguma forma, conseguia me lembrar de meu nome, minha casa e de uma mulher, que hoje suponho ser minha mãe. Mas de resto, era como se não tivesse vivido até acordar naquele hospital, há um ano.

O começo foi difícil, bem mais do que é agora. Eu não tinha ninguém, mas ainda assim consegui descobrir por meio dos vizinhos que minha mãe havia se mudado há alguns anos por causa de uma proposta de emprego que me ajudaria a pagar a faculdade.
Eu havia sido aceito em Yale.
Brown.
NYU.
Freaking Harvard.
Mas aparentemente resolvi ficar aqui, e eu só posso pensar que eu devia ter um apego muito grande a essa cidade ou alguém nela para resolver não sair.

Descobri que cursava ciências políticas e que era um dos melhores da turma. Que havia beijado boa parte das meninas da turma nas festas da faculdade e que os professores aparentemente me adoravam.

Troquei de curso durante o verão.

Eu me desliguei de tudo que eu era antes do acidente. As garrafas de bebida escondidas debaixo da pia, os livros teóricos inúteis e enormes, as pessoas que diziam me conhecer.
As únicas coisas que ainda me ligam à quem eu era e à Ciências Políticas 101 são a foto embaçada de minha mãe, as cartas de admissão presas no mural da sala e ela.

Ela, caso você esteja se perguntando, não é uma namorada, é minha melhor amiga. A primeira pessoa que forçou a sair da bolha depois do acidente, que conquistou minha confiança e se agarrou na causa perdida que eu era em meio ao caos.

Hoje somos unha e carne, somos quase um.
Ela é todas as minhas memórias.

Se você for meu psicólogo, saiba que eu o odeio por me obrigar a fazer isso.

Se você for alguma outra pessoa QUEIME DEP—Quer saber, foda-se.

Só leia tudo o que quiser e entregue depois a Wang Mushu, Jornalismo Fotográfico 202.
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Mensagem por Evelyn W. Hearts Ter maio 26, 2015 3:17 pm



Atualizado!

Wang Mushu  ► Aprovado!

Sua história ficou boa, até mesmo interessante de se ler, porém tem um pequeno erro, que deve ter sido um descuido, mas tome cuidado em casos futuros. Boa revelação de segredos.

Por: Evelyn W. Hearts
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